segunda-feira, 19 de outubro de 2015

CIDADES E E-LIXOS


Os dias passam e com ele vem surgindo novas tecnologias no mesmo ritmo da evolução da própria humanidade. Novas necessidades são notadas, até independente da situação econômica das pessoas ou mesmo da sua classe social, que de imediato adotam e delas se utilizam. Com isso tudo, surgem incômodos, diferentes dos vírus e dos spans. São os lixos de origem eletrônica. Que nada mais é que a sobra ou descarte do que já a pouco foi muito útil, como rádios, componentes de TV, câmeras, mp3 player, notebooks, celulares e diversos eletrodomésticos. Isso tudo somados e descartados, recebem o nome de lixo eletrônico, ou e-lixos.

Nem é preciso dizer que no futuro teremos graves problemas, pois na realidade os problemas já são mais que evidentes nas nossas casas. Já estamos todos cientes de que nada ou muito pouco foi ou está sendo feito em busca de soluções. Particularmente não gosto de estar citandos números de pesquisas, mas vale salientar alguns para que o assunto marque e salte aos olhos da população que está faltando mais cobranças de todos e muito mais atenção dos nossos representantes. Pois, o lixo eletrônico que é produzido pela humanidade representa 5% dos descartes. Ou 50 milhões de toneladas, que são rejeitados pela população do mundo ao longo do ano. No Brasil esses rejeitos representam 2,6kg por habitante, ou seja, 1% do que o mundo lança fora. Sendo que do total, por volta de 40% é descarte de eletrodomésticos, que não possuem componentes tóxicos. Já no caso das baterias e celulares que possuem componentes nocivos, passam de 150 milhões, que todo ano viram sucatas.

Já a indústria continua avançando, e cada dia, expandindo seus negócios com novos produtos sendo introduzidos no mercado, na mesma velocidade com que se tornam obsoletos. E dos 80 milhões de celulares que entram no mercado, 2% deverão ter descarte de maneira correta. O restante, 98%, deverão ser guardados em casa ou jogados sem nenhum critério.  Só no Brasil 10 milhões de computadores entram no mercado anualmente, e com seu descarte, nada certamente é reciclado. E, o descarte de alguns desses lixos eletrônicos, principalmente de celulares, baterias e computadores, que podem causar danos a saúde pública e a animais, por carregarem em alguns componentes, algumas substâncias nocivas, como o chumbo, o cádmio, o berílio, o mercúrio, deve seguir normas claras e rigorosas estabelecidas pelo governo federal e distribuídas para os municípios se orientarem. Pois, essas substâncias de componentes eletrônicos, podem causar desde problemas cerebrais até doenças do fígado, que podem surgir com náuseas, perda de coordenação e da memória, e nos casos mais graves, podem até levar ao coma e morte.

Apenas para uma breve ilustração, um computador possui os seus componentes formados por 32% de metais ferrosos. E 23%, plásticos. Já os metais não ferrosos, 18%. Vidros 15% e 12% placas eletrônicas (ouro, platina, prata).

Pois bem, avaliando nossa situação atual, fica claro que toda a nossa gente está de certo modo exposta e um quanto vulnerável aos efeitos negativos dessa evolução. Então, por não se preocupar já, com a educação da população sobre as formas essenciais do descarte do lixo eletrônico? É necessário providencias imediatamente!  E também, porque não se iniciar orientações sobre o acondicionamento adequado para esses resíduos não reutilizados, e nem com o seu descarte correto? Nos dias que seguem, as autoridades ambientais devem colocar em suas pautas de discussão, cada vez mais, esses assuntos. E elevando a sua preocupação com os municípios, para que propiciem um local para o armazenamento provisório desses descartes, com toda atenção e cuidado que requer, até a devolução dos componentes desmontados, aos respectivos responsáveis (fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e as empresas que fazem manejo dos resíduos sólidos e que atualmente não são responsabilizados pela destinação ambientalmente incorreta). 

Pois é o município quem mais conhece ou quem mais tem o dever de conhecer o problema que está se alastrando pelo mundo, que merece tomar frente na tal responsabilidade compartilhada. E assim deve ser feito com tudo que possa gerar resíduo tóxico e que possa afetar a saúde pública e a vida no nosso planeta. É necessário que cada prefeitura possua como orientar e conduzir de forma inteligente e técnica, o descarte desse tipo de lixo, preocupando com a saúde pública e com a vida de cada cidadão, bem como com a vida animal nele existente.

Os dias passam e com ele vem surgindo novas tecnologias e no mesmo ritmo devem se levantar as pessoas mais esclarecidas, para cobrar das autoridades e também para auxiliar na orientação de toda a população. A busca por conhecimentos e pela reciclagem deverá ser praticamente obrigatória nesses casos.

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Mato Grosso Email: dosaviob@gmail.com




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