ELIANA BESS
Recursos na ordem de R$ 19,2 milhões foram retirados do Fundo Estadual de Meio Ambiente (Femam) em Mato Grosso de 2010 a 2012. Os prejuízos para o setor demonstra o descaso do governo do Estado com o Meio Ambiente, uma vez que diversos projetos em defesa do setor foram inviabilizados. Os valores foram revertidos para a conta do Tesouro do Estado e investidos em outras áreas, segundo o Ministério Público Estadual (MPE).
Por falta de recursos, vários projetos deixaram de ser executados em favor do meio ambiente, como a implantação do Jardim Botânico, a implementação do sistema de informações sobre gestão de áreas degradadas, a implementação de projeto piloto de monitoramento de agrotóxico, a criação de um Centro de Reabilitação e quatro centros de triagens animais silvestres e elaboração de planos de manejo para quatro unidades de conservação.
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Agora o Estado vai ter que devolver o montante à fonte de origem. O MPE conseguiu na Justiça uma decisão que proíbe o governo de Mato Grosso a transferir os recursos do Femam para outras fontes e também a devolver os valores revertidos indevidamente ao Tesouro Estadual nos referidos anos.
A promotora de Justiça Ana Luíza Ávila Peterlini de Souza sustenta que o Femam caracteriza-se como um fundo especial, e seus recursos devem ter aplicação exclusiva no custeio da política pública ambiental e nas ações de defesa e recuperação do meio ambiente.
Segundo ela, desde 2009, com a Lei Complementar Estadual 360/2009, que instituiu a conta única em Mato Grosso, "os recursos arrecadados pelo Femam passaram a ser revertidos ao Tesouro Estadual ao final de cada exercício financeiro e aplicados em outras áreas”.
Conforme o MPE, no final do exercício financeiro de 2010 e 2011 houve reversão dos recursos do Femam na ordem de R$ 7,2 milhões. E de janeiro a julho de 2012, cerca de R$ 12 milhões.
Para o ambientalista Sérgio Guimarães, do Instituto Centro Vida (ICV), se trata de uma decisão correta da justiça, uma vez que o Femam tem objetivos específicos e o governo não pode desviar a fonte. “Isso mostra o descaso que o governo do Estado tem com o meio ambiente. É importante a devolução dos recursos e seja de fato utilizado na área ambiental”.
Guimarães apontou ainda que o Conselho Estadual do Meio Ambiente é quem define as prioridades do setor, mas é importante que seja definido de forma aberta e onde serão usados. Pontuou ainda, que a Sema deve participar do processo. "São decisões colegiadas, e desta forma, é necessário que a aplicação também seja colegiada”.
OUTRO LADO
O governo do Estado vai recorrer da decisão da Justiça em que foi proibido de transferir recursos do Fundo Estadual do Meio Ambiente (Femam) para outras fontes. E também da condenação de ter que devolver os valores revertidos indevidamente à Conta do Tesouro Estadual nos anos de 2010, 2011 e 2012.
De acordo com o secretário de Comunicação do Governo (Secom), Marcos Lemos, o procurador geral do Estado, Jenz Prochnow Júnior, já adiantou a decisão do governo em recorrer para manter as ações que vem sendo executadas. Ponderou ainda, que é preciso saber o valor exato dos valores e que, mesmo próximo a R$ 20 milhões, não é um valor tão grande diante de todas as necessidades da área (meio ambiente).
O secretário de Estado de Meio Ambiente, José Lacerda, que preside o Femam, preferiu não falar sobre o caso, por não ter conhecimento do inteiro teor do processo. “No momento oportuno falarei”, avisou por meio da assessoria de imprensa.
FONTE: http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=112&cid=34892
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