A vida é como uma viagem. E,
nessa viagem que passamos aqui por este mundo, vivemos em constantes mudanças
de convívios, de amigos, de trabalhos e ambientes, etc. É uma gratificante
experiência. E, necessário que seja marcante. Pois é única. Bem, acontece
sucessivamente em fases, que se alternam entre boas, medianas, excelentes, e
outras que a gente até prefere esquecer.
Após a incansável corrida
por conhecimentos, sustentos e pela estabilidade, percorrendo todos os caminhos
dessa vida em subidas e descidas, pelas vielas, “currutelas”, grandes centros. Percorrendo
campos e florestas. Dormindo nas matas, vendo o desdobrar de um lençol repleto
das estrelas, ao som da natureza. Bebendo águas nos riachos, sentindo o cheiro
matinal do ar puro, e percebendo o valor insofismável da mãe natureza e das
amizades verdadeiras, talvez eternas. Admirando o vôo dos pássaros, e os seus
cantos desde a madrugada. Enfim, o orvalho da manhã. Tudo isso que ficou
incorporando e formando como uma parte de nós que juntos compartilharmos dessas
coisas ao longo da estrada. Lembrando, vivemos um pouco de tudo. Das aulas do
campo, do bate-papo dos corredores, das reuniões e das festinhas e do sufoco
dos dias de provas. Foi uma luta sofrida! Mas valeu a pena!
Ao olhar para trás,
recordando, toda história, às vezes, em meio a nossa correria, pelo retrovisor,
não conseguimos distinguir as imagens e passam rapidamente, e quase sempre
despercebidas por nossas mentes. Mas basta uma parada. Assim meio por um acaso.
Quando um velho e bom amigo, amigo que também há muito tempo a gente não o vê,
nos toca o ombro e diz: Lembra-se de mim? Ai se desenrola em nossa mente um
filme, em longa metragem (‘Top Gun’, “Uma Linda Mulher”, etc.). Com fundo
musical, poesia, cores, armações, drama, paixões, amores... Suspense e
saudades. Saudades que parecem infinitas... Mas que se acomoda e o coração e a
mente da gente se equilibra em sossego. Se é que isso seja possível!
Mas daí, conversa vai,
conversa vem. Ao surgir uma fotografia... Daquelas guardadas a sete chaves, e
que parecem esquecidas, por mais de 20 anos... Daí sim, o coração da gente meio
que se despedaça, e depois se recompõe em partes, bem miudinhas. Mas que aparentemente
ele sempre esteve remendado mesmo, anestesiado dessa sensação: Saudades!
Saudades! Saudades! Um tempo bom passou e ficou ali registrado, de um dia
especial!
Ora, logo nos damos conta
que temos que seguir essa viagem cada um o seu próprio caminho. Não tem outro
jeito. E, temos que seguir em frente e dormir e acordar todo dia com a certeza
de que a saudade vai ser aquela amiga fiel. Muitos terão que seguir seus caminhos
diferentes e distantes de nós. Mas que nem por isso serão esquecidos. “As
lembranças me chegam sempre em noites tão vazias / E mexem tanto com minha
cabeça”...
E nessa travessia estamos
sempre nos despedindo dos amigos. Dos novos, dos antigos... Mas, sempre
guardando a esperança de um novo reencontro. Mesmo que o tempo nos lembre que
temos que nos apressar, pois tudo passa... Mas mesmo que o tempo seja só uma
ilusão, o efeito dessa ilusão nos perturba e pede reencontros. E, com
reencontros sempre seguirão novas de novas despedidas.
Ainda bem que neste tempo,
muitas coisas ainda que possa ser revividas, mesmo que seja doce ilusão. As
tecnologias acabaram nos ajudando e trazendo às nossas retinas, cenas
congeladas de momentos quase inesquecíveis, inesquecíveis e até diria, mágicos,
de um passado distante. Cenas essas, que nos enchem de alegria, de saudades, ao
vê-las e compartilhar com todos, no mesmo instante. Poder saber da opinião de
cada um ali participantes dessa espaçonave mágica. É um misto de dor e de
contentamento. Mas que nos deixa satisfeitos de podermos participar e
compartilhar dessa história, que só a gente pode passar por ela e depois
lembrar. Bons tempos da faculdade! “Solto
a voz nas estradas,/Já não quero parar / Meu caminho é de pedra, / Como posso
sonhar...”
Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Mato
Grosso escreve todas as quintas para o site NOPODER -
Email: saviobruno@terra.com.br
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