Os
empreendedores do setor florestal do Estado de Mato Grosso continuam a vivenciar
período de frustração. Pois o problema com a SEMA vem se arrastando e
crescendo, desde o ano de 2012. As atividades do setor primário da economia,
aquele que auxilia na oxigenação de todo o sistema econômico do Estado, tem
ficado bastante comprometidas com a ausência de soluções para o órgão. Apenas
mudanças de secretário e alguns cargos e funções comissionadas, foram apenas um
paliativo básico. São necessárias soluções mais decisivas, não só para aliviar
o setor florestal e rural, como para que não se agrave as questões urbanas nos
maiores centros.
O Estado
tem demonstrado inviabilizado por diversas falhas. E, as empresas do setor já
bastante vulneráveis, como reflexo do excesso de morosidade e dificuldades
administrativas dos órgãos públicos. Assim, as empresas terão certamente que
fazer dispensas de funcionários. Representando prejuízos consideráveis, principalmente
se não puderem recontratá-los para a próxima safra.
Fazem
bem mais de seis meses que o problema com esse órgão vem rolando e providencias
são prometidas. Mas, que efetivamente não se tem noticia de melhoras. Faltam
recursos para logísticas dos trabalhos. Falta pessoal para atender a elevada
demanda reprimida. Falta dinamismo nos procedimentos por falhas na gestão.
Bem,
comentar questão de arrecadação da SEMA, chega até a ser desnecessário, visto
ser um órgão que possui arrecadação que garante a sua auto-sustentabilidade.
Pois
bem, foi anunciado pelo novo secretário algumas mudanças, como a
descentralização, passando atribuição aos escritórios regionais. Mas para tanto,
ainda depende de adaptações na legislação e isso demanda algum tempo precioso. Ora,
e para os empresários que necessitam dar seqüências nas suas atividades, e
também para as famílias e comércios que dependem delas, isso tem sido como
castigo ou punição. Pois, tais empreendimentos, como todos outros negócios, tem
despesas fixas a pagar, como compromissos trabalhistas, impostos, além de
outros, para a manutenção da regularidade dos seus empreendimentos.
Mas
pelo que se têm notícias, às mudanças estão caminhando lentamente. E ainda não
sentidas pelo setor.
Os
problemas maiores para o setor de base florestal têm sido, e vem se agravando
cada dia que passa, são a demora nas liberações dos projetos de CAR – Cadastro
Ambiental Rural, de LAU – Licenciamento Ambiental Único. E dos projetos de
manejo florestal sustentável. A questão tem sido a falta recursos humanos e de
estruturas para manutenção de vistorias, para o caso de projetos de
licenciamentos de atividades, como as dos tipos LP - Licenças Prévias, LI - Licenças
de Instalação e LO - Licenças de Operação. E também para vistoria dos projetos
de manejo florestal sustentável - PMFS.
Ora,
como pode um Governo do Estado como o nosso, com enormes problemas de ordem
social, conhecedor de suas dificuldades, segurar os projetos, quando tem
ciência que a falta de seqüência dos funcionamentos das atividades das
indústrias e empreendimentos, gerará dificuldades ao setor e também ao próprio Estado,
que deixará de arrecadar com essa falta de eficiência? Ora, parece que só por
incompetência ou falta de coerência administrativa. Pois com as atividades geram-se
novos recursos que garantirão a manutenção da atividade do órgão e também
revitalizaria as atividades florestais e todo seguimento que dele depende
direta e indiretamente.
E
como seria possível hoje resolver parte dessa demanda reprimida na SEMA? Pois
bem, primeiramente haveria que se ter vontade política. O governador teria que
dar autonomia ao seu secretário, que por sua vez sucessivamente deveria ser
concedida a mesma autonomia a toda a seqüência na cadeia hierárquica do órgão.
E
como poderia ocorrer? Usando de prerrogativas legais! Os projetos têm seu tempo
legal para as devidas analises e liberações, que não pode exceder o período de 120
dias, em conformidade com a Lei complementar n°. 38 de 21 de novembro de 1998 e
as suas diversas alterações.
Ora,
estando os projetos em ordem técnica ordem e jurídica, a SEMA deveria seguir procedimentos
que dispensassem as exigências “milimétricas”, como aquelas que parecem significar
requisitos de uma regularização fundiária, a qual não é da sua alçada.
Pois
bem, se o projeto e empreendimento com mais de ano de entrada, possuir um
profissional devidamente qualificado e habilitado como responsável por ele, constando
juntado à devida anotação de responsabilidade técnica, (ART/CREA) dentro do que
se exige. Então, sendo plenamente passíveis de liberação compulsoriamente em
decorrência de prazo. E, mais, deveria a SEMA ficar responsável pela solução
das questões em que houver sobreposições por divergências de BASES e DATUM,
pois é o que se tem mais gerado dificuldades entre os profissionais e
operadores e estarem descritos nos referidos mapas, as tais informações para
tanto.
Em
outras palavras, seria importante que o governador determinasse que os projetos
de relevância social e econômica sejam desemperrados e liberados de forma
compulsória em decorrência do prazo, com ressalvas.
A
desestruturação e evidente desestabilização das atividades e empreendimentos que
dependem da SEMA representam hoje, uma das maiores dificuldades pelo qual o
setor já passou em toda a sua historia. Servindo de sérios entraves para o
desenvolvimento do Estado e bem-estar da sua população. Principalmente do
interior, e daqueles mais carentes. O que ainda inviabiliza projetos de
infra-estrutura e atrapalha o avanço tecnológico das empresas.
Obs. A LAU foi extinta com o advento da aprovação do novo código estadual de meio ambiente, no dia 21 do corrente, que foi aprovado por unanimidade pelos Deputados Estaduais. Projeto de Lei N°.14/2013, aprovado, é de autoria dos Deputados Dilmar Dal Bosco e José Geraldo Riva.
Obs. A LAU foi extinta com o advento da aprovação do novo código estadual de meio ambiente, no dia 21 do corrente, que foi aprovado por unanimidade pelos Deputados Estaduais. Projeto de Lei N°.14/2013, aprovado, é de autoria dos Deputados Dilmar Dal Bosco e José Geraldo Riva.
Domingos Sávio Bruno é
Engenheiro Florestal em MT
Email: saviobruno@terra.com.br
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