DESCARTE DAS ÁGUAS SERVIDAS E
LIXO URBANO
O Brasil vem enfrentando nos
últimos anos importantes performances tanto positivas como também negativas no
que se refere à distribuição de água. Mas, voltemos nossos olhares para Várzea
Grande/MT. Estamos muito distante de resultados que mereçam elogios. Podem
aparecer pessoas até bem qualificadas e que queiram apoiar em dados
satisfatórios, mas que a realidade desmonta e desqualifica em menos de 10
linhas escritas. Bem, conforme conhecimento da cidade, pois nascido na VG e com
meio século de existência, já nem se pode negar os problemas graves existentes.
E um dos graves problemas dessa cidade está no descarte das águas servidas.
Onde existem residenciais, condomínios, aglomerados populacionais clandestinos,
geralmente estão presentes as contaminações dos mananciais. São águas de
esgotamentos sanitários, fétidas correndo a céu aberto, nos leitos dos córregos,
empesteando toda a cidade “industrial”.
E se as águas servidas
representam graves problemas para o seu descarte, imaginem o lixo urbano.
Muitas vezes, tem sido acumulado em terrenos baldios mais afastados do centro,
em locais menos habitados.
E qual seria a solução mais
adequada para o momento?
Que as águas servidas fossem
tratadas e depois lançadas na corrente dos córregos, em condições de atender a
vida da fauna e flora local. E, sendo recuperadas as margens dos córregos na
proporção no mínimo que atenda ao novo código florestal, ou em conformidade com
a lei municipal.
E o lixo urbano, o que fazer com
o que se tem visto estocado?
Ora, corre uma discussão ainda
pelas ruas de que já se tem um projeto de Lei em andamento, onde serão
notificados todos os proprietários de lotes de terras que estiverem servindo de
bolsões de lixos urbanos, sem autorização, para que os locais sejam limpos.
Caso não forem limpos no prazo estipulado, o poder público deverá limpar, e
emitir imediatamente uma multa em nome do proprietário do lote de terras, somando
o custo da limpeza que for realizada e já abrirá um processo de desapropriação
do terreno. E caso a multa e as despesas não forem quitadas, se dará a
continuidade no processo de desapropriação da área. O que parece que deveria
ser efetuado logo de início. Pois o tal proprietário demonstra pouco interesse
na área por não se importar que o seu terreno se torne bolsa de lixo...
Pois então, que solução esperar para o
lixo urbano? Pois bem, há grupos populosos com traços de atraso que ainda
insistem no uso do lixão urbano para armazenamento dos resíduos domésticos,
hospitalares, etc. a céu aberto, provocando diversos desconfortos ambientais,
provocando desequilíbrio no fator saúde público.
Aterro sanitário então? Bem, o
aterro sanitário também é um depósito de lixo domésticos, hospitalares, resíduos
de construções, vidros, plásticos, metais, papeis... Geralmente se constrói o
aterro sanitário a uma certa distância da cidade devido ao mau cheiro provocado
pelos lixos ali depositados. Solucionam parte do problema causado pelo acúmulo
do lixo, mas não parece uma solução viável para culturas mais lapidadas.
Mas o que fazer então com o lixo
urbano afinal?
Ora, ora. É praticamente inviável
estar promovendo licenciamentos de lixões, aterros ou outras formas de bolsões
de lixo nas cidades. Uma forma de evitar grandes acúmulos seria a devolução dos
lixos recicláveis diretamente aos fabricantes, com intermédio dos catadores, que
poderão aprimorarem suas funções e até susbstituindo o serviço de coleta
pública. Promovendo a organização da sociedade em reciclar o seu lixo,
organizando por seleção do lixo por residência sendo a separação feita pelos
moradores. Diminuindo sensivelmente a quantidade de resíduo não aproveitável. O
que deve ser bem difícil pois tudo se aproveita, visto que “nada se cria e tudo
se transforma”.
E o que fazer então com o lixo
orgânico? Pois o sólido se pode selecionar e destinar para reciclagem ou ao
fabricante para a destinação final. Ora, o resíduo orgânico de origem
doméstica, pode ser utilizado para compostagem, servindo para utilização como
adubos. Sendo reciclável e possível de ser trabalhado por catadores. Devendo o
poder público destinar a um local que temporariamente ficariam depositados. E
desse local os catadores cadastrados pelas secretarias municipais de meio
ambiente, removeriam para outro licenciado para tanto, até o seu uso ou
destinação final. É uma ideia, que pode ser contradita por outros, com
interesses diferentes.
Domingos Sávio Bruno da Silva é engenheiro florestal e atua em Mato Grosso, E-mail: saviobruno@terra.com.br
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