Darwin
Júnior - Da Redação do Olhar Direto
Foto: Reprodução
A situação de Cuiabá, com
inúmeros buracos, obras e transtornos por toda a parte não preocupa nem um
pouco o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke que utilizou, na manhã
desta sexta-feira, por três vezes, o histórico da capital mato-grossense
como um 'exemplo' de proveito de legado no Mundial 2014. Valcke descartou
a preocupação de que 'jogos da Copa poderiam ser suspensos por conta de
manifestações que deverão se intensificar por todo o país no período do
evento'. O dirigente da Fifa participou de um evento esta manhã no Rio de
Janeiro, onde procurou minimizar os impactos dos movimentos populares. Ele
garantiu que os 64 jogos do Mundial serão realizados 'aconteça o que
acontecer'.
Com uma atitude que parece ser
um perdão ao atrasos nas obras em Cuiabá, o dirigente da Fifa exaltou a capital
mato-grossense como exemplo de obras que vão ficar em benefício das pessoas,
mesmo que não seja entregues antes da Copa do Mundo. “Não posso falar em legado
no dia 13 de julho (data da final da Copa), mas dentro de dois, três anos”,
afirmou. “Muita coisa já mudou no Brasil em termos de estrutura de hotéis,
comunicação e transporte. Ricardo Trade concorda. “Cuiabá talvez seja um dos
grandes exemplos. Foram 56 obras de infraestrutura que se não fosse a Copa não
seriam feitas. Nem todas as obras vão ficar prontas, mas vão ser um legado, sem
dúvidas”, afirmou.
Valcke disse que “nada terá
impacto sobre a Copa. Talvez seja forte dizer isto, mas os 64 jogos vão ser
realizados aconteça o que acontecer no País. Isto não é uma ameaça, e sim uma
responsabilidade que nós, da Fifa, temos”, disse Valcke, quando questionado
sobre os riscos que eventuais protestos poderiam gerar à Copa. “Manifestações
são direitos legítimos e é normal que as pessoas aproveitem o fato de que
haverá 10 mil jornalistas no Brasil para protestar. Nada vai pôr em risco a
Copa do Mundo de 2014. Nada vai afetar os jogos”, acrescentou, deixando
subentendido que a realização do Mundial no Brasil servirá para potencializar a
ocorrência de manifestações no País.
Valcke também aproveitou a
oportunidade para se explicar. Por constantes declarações polêmicas, como a de
que o Brasil merecia um “chute no traseiro” para agilizar as obras de estádios
e infraestrutura da Copa, imaginou-se que Fifa e governo brasileiro não teriam
boas relações. Algo que foi negado pelo secretário-geral da entidade.
“Qualquer relação de trabalho
tem altos e baixos, mas não acho que tenha havido problema entre Fifa e
Brasil”, afirmou, antes de fazer uma espécie de mea-culpa. “Talvez eu tenha
dito algumas palavras erradas em algum momento, mas não há nenhum problema
entre nós. Inclusive, foi a Fifa que fez com que o Aldo Rebelo (ministro dos
Esportes) e o Luís Fernandes (secretário executivo do ministério) estivessem
presentes nas reuniões do Comitê Organizador durante todo este período”,
exemplificou. Para Ricardo Trade, CEO do Comitê Organizador, sem governo
Federal não se poderia ter feito nada. “Sem eles, seria impossível ter feito
qualquer coisa”, elogiou.
Valcke evitou comparar Brasil com
a África do Sul no mesmo período de 20 dias antes do jogo de abertura. “Não me
lembro. Faz muito tempo e já tenho 53 anos”, desconversou. “Não dá para
comparar Estados Unidos e África do Sul em termos de infraestrutura”, disse.
Sobre o que pode mudar no futuro em relação às exigências da Fifa para países
que realizem um mundial foi categórico: “Estádios privados podem ser um
problema, porque é difícil definir quem paga a conta”, disse, lembrando que na
Rússia em 2018, 11 dos 12 estádios são do governo.
Ele reclamou também sobre
atrasos do país na aprovação da lei geral da Copa e uma vez mais, citou a
Rússia, que já aprovou a lei. “Mas cada país é um país. Além disso, outras
coisas não foram cumpridas em tempo”, disse, em referência principalmente aos estádios.
“O prazo era 31 de dezembro, depois virou janeiro, fevereiro, março; e a Copa
vai começar e ainda tem estádio em obra”, lamentou.
Ainda assim, disse que não vai
faltar nada para que a Copa funcione. “Nos próximos 20 dias vamos ter muito
trabalho para que tudo esteja pronto. Poderia ter sido feito antes? Poderia.
Mas a prova do nosso compromisso é que estamos aqui olhando para que tudo
esteja perfeito”, disse. “Quero que todas as seleções tenham o melhor lugar
para treinar, o melhor hotel e possam ter total condições de fazer o melhor e
chegar à o mais longe possível”, disse.
O secretário geral falou ainda
sobre a necessidade de mais um jogo-teste no Itaquerão antes do mundial, dentro
do período de exclusividade dos estádios. “Não ficamos satisfeitos com questões
de serviço e segurança. Se o estádio não fosse o da estreia, não seria tão
importante outro teste. Mas para como é jogo do Brasil, estreia do mundial,
temos que fazer isso”, disse admitindo que se a estreia for bem sucedida, o
resto sairá bem. Para o CEO do Comitê Organizador, Ricardo Trade, o primeiro
teste em São Paulo foi um sucesso. “Mais de 90% das pessoas usaram transporte
público, mas precisamos testar os públicos nas arquibancadas móveis”, afirmou. Com
informações do Terra
Fonte:
http://www.olhardireto.com.br/copa/noticias/exibir.asp?noticia=Valcke_descarta_suspensao_de_jogos_e_usa_MT_como_exemplo&id=9577
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