segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Líderes Natos e os forjados

Atualmente com tremenda falta de lideranças no verdadeiro sentido da palavra, muitos candidatos se aproveitam e escolhe imprimir um tipo ‘salvador da pátria’, coisa que nem existe. Mesmo a população mais ignorante ou analfabeta política, hoje já tem certa noção de como escolher seus candidatos, de tanto sofrimento enfrentado com as más escolhas de outrora. Mas muitos ainda miram-se nas vantagens que cada qual pode lhe oferecer.

Como anos após anos, ou eleições após eleições, parecem que conviveram com promessas que jamais se tornaram reais, esses eleitores muito desmotivados com a política e desinteressados em votar, na data obrigatória, daí então parecem vislumbrar coisas mais concretas. E assim ainda podendo até coexistirem entre eleitores conscientes aqueles que liquidam o seu voto em troca de qualquer coisa que possa ser palpável e de valor temporário.

E esses eleitores são até considerados analfabetos políticos, parecem fazer suas trocas bastante conscientes, pois após o seu candidato receber votos e se elegerem, nada mais de retorno se pode mais esperar, pois não se tem mais nenhum compromisso. E em troca as maiorias dos mais conscientes sofrem em função de péssimas escolhas para o legislativo e/ou para o executivo. Atores sem a mínima competência para os cargos, que se aproveitam das vantagens que a legislação lhes concedem, em função de coligações que incrementam votos em uma proporcionalidade absurda. Onde se vota em “A” para vencer "B", mas que ainda acaba elegendo "C" numa somatória de coligação. Isso também é resultado e prova da falta de lideranças natas no verdadeiro sentido da palavra.

Ora, mais o que isso tem a ver com a tal questão da liderança? Pois bem, se não existir lideres que consigam atingir toda a massa, unindo-a, então é aí que pelo que parece que essas figurinhas carimbadas conseguem se eleger por força de um poderio econômico selvagem, em detrimento da capacidade de realizar projetos úteis.

E daí, como resultado, toda população fica condenada a passar por longo período de cada gestão, suportando “leis burras” sendo produzidas e vigorando e administrações pueris do recurso público e de formas incoerentes. Pois no caso do legislador incompetente, que nada tem a aprestar, apenas se aceita goela abaixo aquilo que é aprestado ou imposto, mesmo que venha em contradição com tudo que se tenha pregado em campanha, ou que seja de interesses de seus correligionários. Mas que por desconhecimento ou conveniência pessoal, acata simplesmente.

No caso das administrações incoerentes, podem-se citar as questões de saúde, com inviabilizações de postos de saúde, de pronto socorros incompatíveis com a demanda e desatualizado, apresentando todo tipo de falhas. Podendo ser estas falhas, desde falta de profissionais habilitados e técnicos, até falta de medicamentos e materiais mais básicos. O que parece tem sido uma constante em todo o Brasil.

É possível enumerar centenas de áreas deficitárias que condenam toda a população ao sofrimento, mas merece ainda bastante destaque a segurança pública, o transporte coletivo, a educação pública, o emprego que é bastante gritante e as consequências das falhas permanecem e se propagam geometricamente ao longo do tempo de cada gestão mau feita. E toda a população sofre com o reflexo de cada falha dessas.

E assim pode-se afirmar que a população sofre mesmo, não apenas pelo analfabetismo eleitoral, mas pela forma como a política hoje se tornou desinteressante para pessoas de baixo poder aquisitivo e de baixa instrução educacional, somada a falta de lideranças verdadeiras e natas. Aquelas lideranças que levam a seus seguidores a um nível de confiança onde essas questões de currais eleitorais, que parece ainda existir e atender ao toque do “tratador”, não teria vez na presença de um líder que atualmente inexiste. Pois o bom líder, apenas o som da sua voz já trás o conforto e a confiança esperada, atraindo e livrando seus seguidores do líder forjado e "tratador" de gado em "currais eleitorais".

Daí até um candidato forjado, truculento, ”judicializador”, "cara fechada", com a pecha de querer ser “salvador da pátria”, ou até mesmo casos de falsos moralistas, que podem até conseguir se eleger, influenciando muita gente, talvez. Mas que jamais poderá ser um líder que cativa os eleitores por muito tempo. Pois os líderes carismáticos, simpáticos, ajudadores do povo e que ajuntam seguidores fiéis e apaixonados, não se formam nos bancos escolares. Eles nascem líderes! E os seus seguidores os seguem indeterminadamente de forma confiante. 

Juscelino Kubitschek é um bom e fidedigno exemplo de uma liderança nata e forte, que bem representou em sua época! Alguém duvida? Não! Essa é a resposta de muitos, pois líderes assim demoram a surgir. Mas quando surgem, conseguem mudar toda uma nação.

Já os líderes de formação e temporários, são meros passageiros pela política e parece que gostam é de chamar a atenção sobre defeitos dos seus adversários, aproveitando-se de falácias e disque-me-disque, esquecendo-se até mesmo das suas propostas principais. E, deixando transparecer essa falha nos debates que enfrentam, sempre com meras repetições e até com descortesia na forma de expressar e verbalizando frases decoradas, seguindo orientações de seus marqueteiros. Que venha os novos líderes para ocupar essa lacuna ainda sem a mínima esperança de ser novamente ocupada neste momento.

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Mato Grosso  Email: dosaviob@gmail.com

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