sábado, 30 de agosto de 2014

Sustentabilidade: Só Discurso de Campanha?

As cidades andam recebendo umas quantidades excessivas de pessoas em busca de solução para o problema de emprego e de sustentação de suas famílias, e de pessoas que desejam progresso, etc. Com isso tudo ao invés de um crescimento organizado, as cidades estão inchando e avolumando com isso o desemprego, os problemas de saúde, os problemas de moradia, as dificuldades com escolas e demonstrando fragilidade na educação, no transporte e na segurança pública, entre outras áreas.

Contudo o governo tem investido nesse sentido, mais em projetos sociais, como minha casa minha vida, bolsa família e outras formas de assistencialismo. Muito se têm comentado pelos políticos as vantagens e as desvantagens desses projetos de assistencialismo. A princípio existem muitas vantagens a ser destacadas, mas parece que os resultados apresentados ao longo do tempo tem demonstrado crescimento desses gastos com assistencialismos e não tem havido a regressão dos problemas.

A liberação de diversas vantagens como créditos para aquisição de veículos populares, habitação, parece não estar surtindo um efeito muito positivo, uma vez que se agravam a questão da acessibilidade com tantos veículos em circulação. Porém, a necessidade de moradia é uma constante e cresce a cada dia. 

Além do que, os cidadãos contemplados com financiamento de veículos recebem juntamente com seus sonhos, um livro de contas a pagar, que mais parece uma escravidão... Pois parece o cidadão acabar por trabalhar para pagar até mais que três vezes o veículo adquirido. – É uma doce ilusão!

Já famílias inteiras contempladas com o sonho da casa do projeto da casa popular, acabam por ficar confinadas em locais distantes do centro, onde demanda mais transportes populares e coletivos para deslocarem para resolver os seus problemas do cotidiano, em busca de continuar a sobreviver nas cidades. Além de precisarem de mais escolas, postos de saúde, segurança, etc. Muitas dessas famílias, diante de tamanha dificuldades, vendem suas casas e retornam para seu local de origem, mesmo significando local de riscos, movidos pela necessidade de sobrevivência e falta de orientação, perdendo os benefícios conseguidos.

Ora, com a velocidade com que as cidades incham e os problemas crescem, acendem também o pensamento de que se outras soluções tivessem sido pensadas e buscadas talvez tivesse sido melhor do que confinar pessoas em cubículos, onde estas ficam praticamente condenadas a sobrevida, dependendo de ajudas assistencialistas do governo, para manter suas famílias, que não tem uma solução permanente para a questão da sua sustentabilidade. Pois com o despreparo para a vida na cidade, somada ao desemprego, tendem a agravar os problemas das cidades, com saúde, violência urbana, etc.

Que outras soluções poderiam ter sido apresentadas como opção para essas famílias, que muitas vezes vêm do campo por falta de condições de se manter? Ora, uma alternativa teria sido o incentivo a permanência do homem do campo, no campo! Pois com a desestabilização da vida rural e a com inversão de valores e imposições de dificuldades para atividades de agricultura de sobrevivência e de agronegócios, obrigou praticamente que aquela população que sobrevivia da vida no campo, tivesse que buscar seus sustentos nas cidades, obrigando assim que medidas assistencialistas fossem alternativas para diminuir a tensão dos problemas sociais nas cidades, o que onera cada dia mais o poder público.

Mas que alternativa que poderia ter sido usada então? Bem, muitos dos problemas sociais são por conta da procura do cidadão por escolas para educação dos seus filhos. Outra procura é o sustento das famílias, que são feitas por prestação de serviços informais. E também a constante busca por suprimento de alimentação, medicamentos, vestiários, etc. Pois bem, tudo isso poderia ser encontrado com a fixação e fortalecimento das famílias com aptidão para a vida no campo, contemplando-as com espaços de terras férteis e lavradias, nos lugares de origem desses cidadãos. E assim, fortalecendo suas atividades com ofertas de recursos financeiros, assistências técnicas, insumos e matérias primas essenciais, e apoio de mercado com logística para colocação dos seus produtos, oriundos de seus esforços.

De que adianta falar tanto em sustentabilidade se o que se nota é completamente o contrário dos discursos? Ora, Até hoje pecou o governo em ampliar as dificuldades com a burocratização para a regularidade das atividades produtivas no campo, oque levou muitas famílias a enfrentarem dificuldades jamais pensadas nessas cidades inchadas e “favelões”! Muito embora o "projeto minha casa minha vida" seja uma boa solução para esse problema latente em nossos dias, que poderia ter sido amenizado com a manutenção dos trabalhadores rurais no campo.

Atualizado em 01/09/2014

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Mato Grosso  Email: dosaviob@gmail.com

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