domingo, 7 de setembro de 2014

Debates ou stand up’s?

Nestas eleições de 2014, temos assistido a debates enlatados que engessam os candidatos e suas respostas, de forma que prestam apenas para se defenderem dos vários ataques que surgem no meio a assuntos polêmicos. Não que não de se devessem ter confrontos aguerridos e quentes... Claro que um bom debate produz algumas controvérsias que merecem muitas vezes alguma exaltação, bem na medida em que os assuntos são aflorados.

Mas parece que se tem visto na maioria das televisões de Mato Grosso e brasileiras é que quando acabam os debates, todos os candidatos alegam que foram vitoriosos. E pelo que dá pra perceber, não estão errados, pois como ninguém consegue se fazer compreender completamente, a soma das ideias completadas garantem a consideração da vitória por cada um. Só se for por esse aspecto. Não?  Ora, isso porque contam com a falta de captação do povo em relação ao que foi mal debatido, devido ao tempo reduzido para apresentação e explanação.

O povo Mato-grossense e brasileiro merece ver debates políticos de qualidade, onde os atores possam completar suas ideias e se fazerem compreendidos no pleno sentido da palavra. O povo quer ver debates mais dinâmicos onde os candidatos possam demonstrar seus projetos e propostas com mais detalhamento de ideias. E não fiquem parecendo contadores de piadas curtas ou apresentadores stand up’s políticos de horário gratuito.

Ora, no formato em que se apresentam, parece que só serve mesmo para atrair audiência para as emissoras de televisão com mera exposição de flash da personalidade de cada um. E assim, aparecem “os donos da verdade” e “senhores da Lei”. Surgem “santos do pau-ocos”, e “dois de paus”... E as boas ideias, quem as notou? Ora, acabam os programas, mas ninguém fica inteiramente satisfeito ou convencido de nada

Nas rádios parece ser um formato um pouco melhor a ser apresentado, mas merece também melhorar o tempo para que cada qual possa completar ideias e propostas com mais detalhamento, com margens para boas réplicas e tréplicas. Como está serve ainda para que os candidatos possam fazer meros ataques genéricos e mal se defenderem das ofensas providenciais que acontecem e que desvirtuam todo objetivo dos debates. Ou não? Afinal, querem apresentar debates ou “stand up’s”?

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal em Mato Grosso Email: dosaviob@gmail.com

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