segunda-feira, 16 de maio de 2016

Pronto Socorro II - Greve

Passado o aniversário de Várzea Grande, eis que já surge uma greve dos profissionais da saúde. Enfermeiros entraram em greve no Pronto Socorro municipal de Várzea Grande/MT. 

Tomara que a reivindicação não fiquem apenas em cima da questão salarial, pois o que precisa lá é bem mais que salário para servidores. Ora. Lá falta muita coisa, com relação ao atendimento. Ao visitar o Pronto Socorro o munícipe se assusta. Parece uma operação de guerra. Ainda que se nota as reformas necessárias acontecendo.

Tomara que não seja uma greve apenas com intuito de constrangimento político para a gestão atual, pois trata-se de uma gestão difícil devido a crise política no país e a certa resistência ou dificuldade em repasses de recursos pelo Estado, conforme a mídia comentou em passado recente.

Ora. Várzea Grande tem um pronto socorro em fase de reformas. E ainda com muitos problemas. Já foi inaugurada a ala B. Mas parece que falta de tudo para salvar vidas. Talvez não falte só salário para os que lá trabalham. Sobram filas nos corredores, dores, gemidos e rumores de mortes.

De quem é a culpa? Dos que estão diretamente envolvidos nisso, é lógico. Prefeitos, governadores não ficam nos hospitais o tempo inteiro. Mas os funcionários sim. Secretários sim. Portanto são estes autoridades no assunto, para pedir e demonstrar suas dificuldades. Merecem toda a atenção. É óbvio que é obrigação também dos Vereadores exercerem seu papel de fiscalizarem constantemente e ouvirem as reclamações, e comentarem em plenário, para buscar soluções. Parece que quem deveria manifestar, não salienta, não expõe o problema com a clareza que a população sofrida enxerga e comenta pelas ruas e esquinas.

O atendimento parece que é precário, até mesmo ríspido na entrada ou portaria. Boxe de atendimento de emergência, parece até anti-higiênico mesmo. Teto úmido, escuro e com infiltrações sérias, onde parece que faltam de tudo, desde materiais, equipamentos, medicamentos para socorro emergencial. Parece que o paciente chega ali e fica a esperar... Esperar o que? Humrum.

Que falta leitos suficiente é fato no Brasil. Mas, parece faltar desde profissionais em quantidade suficientes e com a disposição necessária para atendimento, e medicamentos. E a urgência e emergência com a pressa que seria necessária, faltam também. Tudo é demorado. Além de ainda ter que passar por um estágio de fila nos corredores.

Extremamente lastimável. É temível necessitar. Parece que não possui controle rígido dos plantões. Mas, estranhamente, insistem em seguir com rigor as trocas de acompanhantes. 

Justo os acompanhantes, que muitas vezes viajam de ônibus e até a pé para ali chegarem e serem barrados com certa dureza no falar, por não chegarem no horário determinado... Quem chegar atrasado não pode entrar. E daí, mantém o acompanhante que já está lá dentro, não importando se esteja cansado ou necessitando de higiene pessoal. Visto que lá dentro não tem como fazer isso. Até mesmo os “padecentes” dos corredores não tem como se lavarem e ficam muitas vezes com odores desagradáveis...

Pois bem. O PS de Várzea Grande precisa de bastante atenção dos políticos tradicionais e de fato, não dos "arremedos", que apenas aparecem por lá, pelo que parece para distribuir ou fingir assistencialismo a seus apadrinhados ou parentes. Pois alguns "pseudo-políticos" da cidade, parece que só querem mesmo um salário pra ter estabilidade e fazer o assistencialismo para meia dúzia de seguidores com "ajudazinhas baratas". E daí, como dizia o Político do humorista Chico Anysio – “O povo que se exploda”! 

Para esses políticos de "araques", o povo mendigando serve de ajuda e sendo tratado como bobó, parece ser a sua vantagem no fim. 

Há uma solução simples para tudo isso. Mas só o povo é quem pode dar, usando bem a sua consciência, reconhecendo quem trabalha e faz realmente o dever político e o de bom cidadão.

Que a greve não seja apenas para fazer a população sofrer muito mais pela falta de pessoal e atendimento. Que sirva para que se notem o que realmente está sendo pedido, e que seja justo tanto as reivindicações, quanto o atendimento delas, mas também que se notem as falhas estruturais e de funcionamento que são visíveis. Para que se busquem soluções de fato, com todo respeito aos que necessitam daquele importante atendimento. Que não se resumam apenas a salários.

Domingos Sávio Bruno é engenheiro florestal, EX-GERENTE TÉCNICO/ CHEFE DE DISTRITO/FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE/CRMT E INSPETOR CREA/MT - Inspetoria de Várzea Grande/MT, Atendendo Setor privado nos Estados de Mato Grosso e Rondônia.

VGNOTÍCIAS - Enfermeiros do Pronto-Socorro de VG cruzam os braços





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