Sociedade esta, que também "escraviza" e é "escravizada".
Atualmente é preciso que alguém com visão assuma o comando da situação, com
pensamento justo e coerente. Não apenas para fazer com que a lei seja
rigorosamente cumprida, mas também que seja exercida a razoabilidade, com a
devida coerência. Onde o bem prevaleça em favor do mais fraco. Pois de nada
adianta haver punições exemplares, se na realidade nada for revertido para o bem
dos menos favorecidos... Por que na realidade, os menos favorecidos acabam mais abandonados do que protegidos, se fizer uma análise profunda.
Agora vale perguntar: Alguém sabe, por quanto tempo muitos trabalham ou vivem nas condições análogas a escravidão ou abandono? Creio que não.
Alguém já perguntou se naquelas condições, quantos de seus familiares
são sustentados em casa com boas condições de morar, nas cidades? Creio que
nunca houve tais relatos. Alguém perguntou para algum deles (dos tais análogos
escravizados), se estariam satisfeito com o trabalho que exercem? Desconheço
relatos.
Não que esteja defendendo, ou queira defender esse tipo de
subemprego. Jamais! Todavia, é igualmente deprimente ver seres humanos sofrendo
dolorosas privações nas cidades, tal qual, ou mais severas que aquelas
situações análogas de escravizações, diagnosticadas no campo, por parecerem
"invisíveis" aos olhos da sociedade. Por parecerem
"invisíveis", as vezes, até aos olhares da imprensa de massa, que
observa tudo isso de perto, mas que a sua miopia não permite focar sobre a
realidade pavorosa que o assunto revela. Ora. “Autoridades”... Isso parece ser
uma falha gritante do Estado.
Na busca da solução, é preciso entender e saber o que é sustentabilidade, antes de se quebrar a corrente e os elos dos sistemas sustentáveis, que acabam permitindo que gente fique relegada a segundo plano, vivendo em condições inadequadas à seres humanos, nas cidades em pleno Século XXI. O que parece permitir ou favorecer a formação da "sociedade dos zumbis" e de numerosos "delinquentes" e análogos "escravizados". Pois. Ninguém nasce escravo. Ninguém nasce delinquente, ou dependente químico... Tudo isso é resultado e influência do meio. Tudo isso é fruto da sociedade dominadora, egoísta, famigerada e "capitalista selvagem"! Sociedade esta, que também "escraviza" e oprime.
Ora. Quantos não preferem ter um trabalho, por mais difícil que seja,
mas bem remunerado? Quem escolheria viver em condições indignas, nas favelas e
moradias improvisadas e em locais de riscos?
São duas escolhas medonhas, que algumas pessoas, as vezes, ao longo da vida,
precisam fazer. Mas que cabe aos poderes focar com interesse real, em redescobrirem o
caminho da verdadeira sustentabilidade. Pois bem. Isso, para que o termo "sustentabilidade", não
sirva, apenas para garantir "status" a quem a pronuncie, com ar de
"autoridade", e que na verdade, só lança, mais e mais pessoas ao
modo de vida indigna das favelas e sarjetas da vida. Será que as pessoas relegadas a essas condições, preferem ficar abandonadas? Difícil escolha voluntária.
DOMINGOS SÁVIO BRUNO é engenheiro
florestal - ex-gerente técnico/chefe de
distrito/Fundação Nacional de Saúde/CRMT e Inspetor Chefe do CREA/MT
- Inspetoria de Várzea Grande/MT.
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