terça-feira, 24 de janeiro de 2012

VG: NO MEIO DO CAMINHO

Ao longo da vida aprendemos que tudo que nos acontece é fruto daquilo que nós mesmos permitimos ou apoiamos. Temos o livre arbítrio de escolher nossas amizades, nossa profissão, nosso trabalho, nossos representantes, até em que cidade morar, etc. e tal.

Pois bem, nessas circunstancias e nessa altura da vida em que já chegamos, percebemos que muito pouco agora se pode mudar dessas alternativas. Umas foram acertadas, outras nem tanto, principalmente as políticas que erramos muito mais, pois depende da vontade coletiva. Ora, basta dar umas voltas pelas redondezas e já se nota a isso!

Em nossa cidade já passamos por diversas gestões de prefeitos. Sem que tivesse acontecido a devida adequação das diversas das questões que até hoje ainda estão pendentes. Cada dia parece mais aumentarem do que se resolverem os problemas da nossa cidade. Seria tudo isso por conta de um crescimento desordenado da população? Ou é simplesmente por falhas dos edis e mesmo das administrações passadas? Toda população espera uma resposta do gestor que esteja no trono do paço. Mas, tão logo eles assumem e já se sentem “Sua Majestade o Prefeito”. O cara, aquele que pode sempre elevar a cobranças de taxas e impostos. E o povo? O povo continua com seus sonhos, hibernando. Amargando mandato, após mandato. Mas o que permanece afinal? Permanecem ainda, as nossas esperanças. Porém, muitos até já se cansaram.

Bem, os problemas toda cidade tem. Eles sempre existiram na nossa cidade, e nunca foi bem resolvido mesmo. Até que um dia, eis que surgiu um jornalista, daqueles que consegue mesmo fazer barulho, e disse: “que a sina da Cidade Industrial é continuar pelos próximos dez anos sendo um ‘favelão’ de Cuiabá.” E isso foi falado em 13 de abril do ano que passou.

Com isso, alguns vereadores e parte da população se irritaram, mas no fim acabou sendo como uma luz para que todos pudessem ver a realidade, que no caso, o “Rei, o cara, estava nu”. E, na dança das cadeiras, com entra e sai de prefeito, na realidade, nem o povo e nem ninguém, percebia o óbvio: Que o “Rei” parecia estar nu. Nu de habilidades políticas. Nu de competências para buscar recursos e para administrar o existente. Nu de idéias para resolver os problemas eminentes e latentes. Nu de parceiros, apoiadores e seguidores.

Daí, com tantas luzes, perceberam que além de muitas pedras no meio do caminho, havia também muitos buracos! Pedras e buracos? Sim entraves e rombos. Bem mais isso, todos podem muito bem verificar nos noticiários e comentários dos jornais e da mídia em geral.

Ah, “No meio do caminho tinha uma pedra”. E os buracos dos caminhos? Ora, esses estão por toda parte e são muitos. “Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.” Diria Carlos Drummond de Andrade.

Na nossa cidade se formos verificar no primeiro momento é urgente que se criem metas para solução dos problemas, principalmente dos buracos dos nossos caminhos. Para tanto, que sejam organizadas medidas para solucionar tudo isso. Já corre pelas redes sociais comentários e sátiras a respeito do fato. E os atores do paço, e edis da sustentação, que se preparem! Pois a “Cidade Polichinelo” logo vai ganhar fama na rede Globo, na Record, no SBT e na BAND, em nível nacional.

E por que essa fama assim de repente? É que nunca antes na história desta cidade, houve tantas sátiras e brincadeiras com nossas dificuldades, depois da declaração que acordou a todos para a realidade. Afinal, seremos coadjuvantes numa copa do mundo em 2014, e a entrada principal será pelo Aeroporto Internacional Marechal Rondon.

E assim segue a brincadeira, como já circulou na internet, sugerindo a organização dos buracos unidos para satirizar o caos: “Os Buracos Se Organizando Na VG - Aqui na VG vai ser preciso a criação de um departamento especializado para esse fato, pois está sendo necessário fazer um cadastramento dos buracos que já não estão encontrando mais espaços para se instalarem. E olha que estão chegando cedo para as filas. A fila dos buracos já está enorme, e ainda tem mais buracos fazendo mais filas para entrarem nas ruas. Nas redes sociais estão pedindo calma e que os buracos não saiam mais nas ruas, senão vai se instalar o caos definitivo. E haja crateras nos desvios da copa! Já estão ocupando até as calçadas! Quem parece estar muito feliz com tudo isso são os proprietários de oficinas e os mecânicos que estão aproveitando para faturar.”

Pegando carona, circulou ainda nesta semana, que países como o Canadá, adesiva seus asfaltos com fotos de buracos, desde 2009. Alegam que é para que motoristas reduzam a velocidade. Todavia, houve controvérsias nessa história, e apontada no link que segue como farsa. (http://www.e-farsas.com/controle-de-velocidade-no-canada.html) - “Mostrado pelo blog especialista em propaganda AdverTo Log, que essas fotos dos adesivos fazem parte da campanha "Pioneer Suspension: Pothole". Feita pela agencia Young & Rubicam Everest - no ano de 2007, em Mumbai na Índia.

Já achávamos que os canadenses estavam doidos de inveja por não saberem como é andar por ruas esburacadas assim como já estamos há muito tempo habituados.

Moral da história: Esperamos sempre seriedade dos nossos representantes eleitos. E, portanto, devemos continuar esperançosos, mas sempre vigilantes! Ainda estamos apenas no início deste mandato, assim acreditando que os mesmos ainda merecem crédito e tempo.
Se não todos, mas muitos, dos atores neste ato em tela, ainda possuem muitos objetivos a seguirem na vida pública. Portanto, não vão querer deixar seus nomes e planos findarem num só mandato, do tipo catapora. Engolidos nos buracos e promessas sem soluções.

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal e escreve todas as quintas para o site NOPODER - Email: dosaviob@gmail.com


2 comentários:

  1. Vamos por mais 2 anos e meio ser um favelão de Cuiaba sem duvidas.O povo merece o mau prefeito que tem.

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  2. O jornalista Onofre Ribeiro afirmou que a cidade de Várzea Grande deverá continuar como favelão de Cuiabá por pelo menos mais dez anos. O que acredito que possa se confirmar. Todavia, conhecendo a realidade desta cidade a fundo, por ter percorrido toda a extensão do seu perímetro urbano, e por ser minha cidade natal, conhecendo-a bem, acredito que essa realidade deve perdurar por pelo menos uns 15 a 20 anos dessa forma. A contar com o modelo e forma de administrar uma cidade, bem como a forma de escolha dos candidatos para as disputas a cada 4 anos, pouca mudança tem ocorrido e assim deverá permanecer sem muito desenvolvimento, pois depende quase que totalmente do comércio para a sustentabilidade. Assim, com uma população mal remunerada e pobre, pouca coisa se poderá perceber ao longo do tempo, de melhoramento e embelezamento arquitetônico.

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