O
Brasil vem passando por um processo de mobilização da população repentina, que
tem envolvido diversas categorias. O poder da voz do povo foi redescoberto. Em
geral, isso é uma demonstração de maturidade política e evolução das
populações. Que já não suportam mais o engodo dos atores públicos. Certamente,
apesar de muitas deficiências, tudo isso não deixa de ser também, apesar das
falhas visíveis, obra da educação e da evolução da comunicação.
Nos
últimos dias a população ergueu a sua voz e balançou suas bandeiras, elevou
faixas, para clamar pelo transporte, pela saúde, contra a corrupção, contra a
impunidade, contra pedágios, preços de combustíveis... E, em meio a isso tudo, houve
muito tumulto, vandalismo, violências em meio à gente ordeira e de bem. O povo
do bem reivindicou, manifestou, pacificamente, mas as demais formas radicais,
condenáveis, também são frutos do descaso, da incompetência dos maus políticos
e dos péssimos administradores. Quem são estes? Para aqueles que são mais
atentos é fácil fazer essa leitura. É anova classe “C”, que teme o retrocesso e
o retorno do caos que a pouco ainda vivia.
Ora, se a população percebe que as classes
menos favorecidas e entes próximos sofrem, e até morrem por falta de
medicamentos, falta de atendimentos médico-hospitalares, por falta de trabalho
honrado, por falta de moradias dignas, por falha na segurança e por transportes
indignos e caros. Ora, é bem certo que também possam passar a agirem de forma
mais radical, de maneira a extravasar toda sua revolta, que não deixa de ser notavelmente
repudiável. Claro que dentre os acontecimentos, não se descarta a presença de
pessoas indignas e vândalas. Agitando em busca de dias melhores. Ora, caro
leitor amigo, o que se tem colhido aqui, é o que os projetos dos políticos tem
plantado. São eternas promessas, seguido de longas e/ou infinitas esperas. E os
políticos todos, dão sinais de que sabem bem disso e já estão de olhos
arregalados para os fatos. E se plantaram, vão ter uma colheita farta. E assim
agitam em demonstração de que quererem ação para resolver a demanda acumulada.
Mas que já não comovem essa gente sofrida.
Mas
certamente o que mais se mais busca com essas manifestações, não é uma reforma
política imediata, pois isso é tarefa exclusiva do Congresso Nacional ( e vai
demandar tempo, visto que não estava em pauta). Toda hora a mídia comenta sobre
isso e os bons de lábia remendam em “forma de boa intenção”. Assim, comentam-se
a viabilidade de plebiscitos... Mas o que se busca é realmente, uma reforma na
maneira de tratar a população, dando mais garantias de atendimentos de saúde,
ofertando serviços públicos de melhor qualidade e com menores custos, onde a
corrupção e os corruptos e corruptores, estejam afastados da direção de cargos
públicos, valorizando o cidadão em detrimento dos atores ilícitos, que tanto
oprimem a classe mais carente da população. Permitindo assim, investimentos
para gerar trabalhos estáveis, de maneira a garantir acesso a moradias dignas
para a população flagelada e favelada pela ação dos maus políticos, e viabilizando
condições para acesso de todos a benefícios públicos. O que se deseja é
educação ao alcance de todos. O que se quer são mais acessibilidade e
mobilidade urbana, garantindo o ir e vir. Ou seja, o que se pretende é que a
população seja vista com seriedade e que os recursos públicos e estruturas
governamentais sejam usados para cumprir suas metas programadas e que jamais se
permitam o seu sucateamento e desperdícios. Pois, só pão e circo já não satisfazem
mais.
Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal E-mail: saviobruno@terra.com.br
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