quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Várzea Grande: Cidade Industrial

Várzea Grande é a segunda maior cidade do estado de Mato Grosso, localizada a cerca de 4 km de Cuiabá, homologada como município em 23 de setembro de 1948. Pois bem, conforme dados importantes da Associação Mato-Grossense dos Municípios, como PIB-2009, população, 2009-2010 e renda familiar por domicílios, dados 2010 e índice de desenvolvimento social municipal - IDSM 2010, assim pode-se tirar algumas conclusões, que tem sua população predominantemente urbana com 252.709 habitantes e PIB per capta de R$12.498,42. E a Capital que conta com 551.350 habitantes e PIB per capta de 17.830,54. Observou-se um crescimento importante da população na Várzea Grande entre 2009 e 2010 da ordem de 5,14%. Já a capital foi de apenas, 0,14%.

Esses dados influenciam diretamente no IDSM das cidades, que para sua determinação, considera para tanto um padrão de vida digno, o acesso ao conhecimento e uma vida longa e saudável. Ainda foi acrescentado pela AL/MT o indicador ecológico.

O IDSM para a Várzea Grande é de 0,563 e de Cuiabá é de 0,509. Resultados medianos, já que podem variar de 0 a 1. Ambas classificadas com economias moderadas.

O PIB per capta dos municípios como Sapezal R$90.174,27, com IDSM de 0,657, Santa Rita do Trivelato R$98.890,75, IDSM de 0,594 e Campos de Júlio com R$119.560,10, IDSM de 0,636 apontam diferenças pouco significativas nos IDS, e os mesmos possuem economias dinâmicas. Os resultados são bons? Acho que medíocres pelos seus potenciais.

Referente aos INDICADORES DAS DESIGUALDADES SOCIOECONOMICAS DE MATOGROSSO, a cidade que conta com PIB de R$3.000.096.000,00. Sendo 67% gerados por serviços. E, 18%, gerados pela pequena indústria aqui instalada. Mais 1% da Agropecuária. De acordo com os dados de domicílios, verificou-se que a renda familiar está assim distribuída: de 0 a 1 salários mínimos, 12.164 - 16% dos domicílios. De 1 a 2 salários mínimos, 17.657 - 24%. De 2 a 5 salários mínimos, 30.371 – 41%. De 5 a 10 salários mínimos, 10.968 – 15%. De 10 a 20 salários mínimos, 2.848 – 4%. E, mais que 20 salários mínimos, 633 – 0,85% dos familiares domiciliados. O que se percebe nitidamente que 81% das famílias da população percebe de 0 a 5 salários mínimos.

Ora, Várzea Grande teve a sua primeira indústria instalada na cidade, em 1966. A indústria que deveria produzir óleos vegetais, com industrialização do óleo de babaçú, funcionou por pouco tempo e precariamente. Os seus maquinários não eram adequados para os trabalhos com o fruto da palmeira. A MATOVEG foi extinta sem jamais funcionar adequadamente. Pois bem, segundo aponta os dados da AMM, a participação da indústria no PIB da Várzea Grande é da ordem de 18%. Dessa forma, a cidade industrial merece uma atenção dos gestores e legisladores, considerando a sua população já se aproximando de 300.000 habitantes, para garantir mais empregos, melhorias na infra-estrutura. Para tanto é preciso ter um estudo detalhado do seu cadastro dos imóveis urbanos, para resolver desde regularização fundiária e para melhorias na área de urbanização. Merece ainda estabelecer uma área para criação de um parque industrial bem estruturado e adequado para oferecer a novas indústrias dos diversos setores e portes, a virem se estabelecer na cidade. Proporcionando assim, mais oportunidades de emprego e renda para a população ativa, e garantindo o desenvolvimento sustentável.

Podendo incentivar o estabelecimento de indústrias esmagadoras de soja, de reciclagem de lixo, frigoríficos em geral, grandes fábricas de moveis de madeiras, e muitas outras. Devendo para tanto, os atores, manterem um diálogo positivo com a Federação das Indústrias do Estado visando adequação do pátio a realidade das intenções dos investidores.

Deste modo, o município deve também, o quanto antes, buscar conhecimentos dos setores de base rural, com o cadastramento de imóveis rurais, promovendo recuperação de áreas degradadas (se for o caso) e manutenção e limpeza de faixas de domínios nas marginais das estradas de sua jurisdição, visando atender o indicador “Ecológico”. E isso, pode e deve ser assumido pela própria prefeitura, numa secretaria específica de meio ambiente. Com suporte, assessoria e fornecimento de bases pela SEMA/MT. Também podendo o município utilizar-se dos dados do cadastramento, para contribuir com mais assistência técnica presencial aos pequenos produtores rurais, e assim proporcionando uma maior participação destas propriedades no crescimento da contribuição social. O trabalho para tanto, deverá ser árduo. Porém de fácil estruturação e execução com pessoal qualificado e bem intencionado, no comando. O investimento para isso é pouco oneroso com relação ao seu custo e benefício.

Ora, com uma simples analise, nota-se que o estado, que é aparentemente muito rico, na realidade ainda mantém a população em condições de muita pobreza e bastante desigualdade social. E pelo resultado da IDS da Várzea Grande, recomenda-se aos novos administradores da cidade, adotar medidas bem estudadas, em sintonia com o estado e com a federação, para promover uma correção para essas situações de PIB per capta e IDS, pois a população é crescente e com ela vêm os problemas e esses dados tímidos, atualmente, apontam que existem falhas a serem corrigidas. Portanto, o governo do estado e o novo prefeito, devem ligar um alerta para essas situações, conforme demonstra o trabalho da AMM, buscando assim, padrão de vida digno, com mais acesso ao conhecimento e mais comprometimento com as questões de saneamento e saúde pública que requer avanços, e que pode influenciar nas condições de longevidade da população. O cuidado com meio ambiente é essencial para que tudo corra dentro dos melhores padrões.

Obs. Artigo publicado em diversos sites, bem como da AMM.

Domingos Sávio Bruno é Engenheiro Florestal e atua em Mato Grosso


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