A utilização de
resíduos de madeira para geração de energia por meio de termoelétricas é uma
alternativa para reforçar o abastecimento elétrico no país e uma forma de
estimular os negócios florestais. Essa é a avaliação de representantes da
empresa Tecnosugar - Tecnologia em Açúcar e Álcool, que visitaram Mato Grosso
na última semana para prospectar a oferta de resíduos de madeira, bagaço de
cana e casca de arroz. Na passagem por Cuiabá, eles se reuniram com o diretor
executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira
(Cipem), Álvaro Leite. O engenheiro florestal da Tecnosugar, Fábio Machado
relatou que a visita a Mato Grosso objetiva conhecer a disponibilidade de
resíduo para viabilizar a comercialização. "Acreditamos que a implementação
de termoelétricas é a solução para a falta de energia no Brasil e a utilização
de resíduos acabaria com os problemas ambientais, transformando o negócio
florestal". Na ocasião, ele detalhou projetos de termoelétricas a base de
biomassa que geram 500 megawatts (MW) de energia. No ano passado, o Cipem
promoveu um workshop para discutir as oportunidades de negócios envolvendo
resíduos de madeira, lembra Álvaro Leite. "Foi com a divulgação desse
evento que eles (empresários) chegaram até nós". Em Mato Grosso, os
projetos para aproveitamento do resíduo da madeira com a finalidade de gerar
energia se disseminam aos poucos. Em Aripuanã, aproximadamente 35 indústrias
terão o pó de serra e cavacos de madeira aproveitados pelos próximos 12 anos
por uma usina com capacidade instalada de 30 MW. No mesmo município, outra
termoelétrica com capacidade para gerar 1,5 MW de energia irá receber os
resíduos de 19 serrarias, instaladas no distrito de Conselvan. Para garantir a
geração elétrica são necessárias 45 toneladas de pó de serra e lenha, explica o
idealizador do projeto, Sílvio Dalmolin. Com a parceria, as indústrias
madeireiras entregam o resíduo para queima à usina termoelétrica e, em
contrapartida, são supridas com a energia gerada ao mesmo custo praticado pela
concessionária estadual. Na região noroeste do Estado, a intenção é adotar um
modelo semelhante para aproveitamento dos resíduos sólidos, gerando energia por
meio de uma termoelétrica, revelou o presidente do Sindicato das Indústrias
Madeireiras e Moveleiras do Noroeste de Mato Grosso (Simno), Roberto Rios. “Com
a doação de uma área pela prefeitura, a indústria pode ser implantada por meio
do associativismo entre os empresários do setor”. No município há
aproximadamente 70 indústrias madeireiras e moveleiras, sendo 53
sindicalizadas. Na avaliação do doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos,
Ivo Leandro Dorileo é significativo o potencial local para geração de energia
por fontes renováveis, além de ser altamente desejável a inserção incentivada
da biomassa. "No caso de Mato Grosso (...) podemos transformar a cana,
palmáceas tropicais em energéticos, produzir oleaginosas com aproveitamento
para biocombustível, florestas plantadas para produção de energia e incentivo à
utilização dos resíduos de madeira, casca de arroz, bagaço de cana com
investimentos em co-geração pelas indústrias para produzir eletricidade e para
fins térmicos".
Por Assessoria/Cipem
FONTE: http://www.cipem.org.br/conteudo.php?sid=44&cid=2672
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